O Brasil literário: História da literatura brasileira

ousa continuar suas preces para não perturbar o anjo. Este se ergue, como que sustentado por força misteriosa, olha em torno, vai a Iguassu e, tocando sua espádua com a mão, diz: "Ergue-te, minha filha, e segue-me". Os dois deixam a igreja e a multidão afasta-se espantada para deixá-los passar.

Caminham em silêncio nas trevas. Iguassu assustada e não sabendo o que lhe está acontecendo, Anchieta, como que levado por uma força estranha; ele é calmo e atento, evita os lugares em que o sangue corre. Chega imediatamente ao campo de batalha e detém-se gritando: "Aimbire!" O índio furioso chega, gotejando sangue e tomado de terror. "Tome, Iguassu" diz Anchieta, "deixe-nos partir". Enquanto que Aimbire, como que encantado, olha para Iguassu, o padre desaparece. Só se ouve sua voz repetir: "Parte!".

No mesmo instante, a inúbia dá o sinal da retirada, mas não foi Aimbire que a fez ressoar. Antes de sua partida, os tamoios furiosos não se esquecem de atirar fachos inflamados na cidade. Levam consigo seus mortos e feridos e voltam a suas canoas.

No nono canto, vemos os confederados abandonar de novo Iperoig. Começam por encontrar seus mortos e cuidam, em seguida, de seus feridos. Coaquira, o "vate", a um tempo médico da alma e do corpo, procura consolar aquela com o poder de suas palavras, e a fortificar este com as virtudes das plantas medicinais.

A coragem e o ardor de Aimbire não diminuiram. Pelo contrário, cresceram, pois que ele tem ainda que vingar a morte de seu amigo Jagoanharo. Mas como põe em segurança os ossos do pai, não hesita em cumprir a sua promessa e dá sua filha Potira ao francês Ernesto. Ele próprio se declara esposo de Iguassu,