O Brasil literário: História da literatura brasileira

das Belas Artes, sem desdenhar a perspectiva, a anatomia, a fisiologia etc.

Em 1830 e em 1831 expôs alguns quadros originais, um dos quais representava o Imperador D. Pedro I, remetendo ao diretor da Escola de Medicina o decreto que fundava este estabelecimento. Em torno do príncipe, agrupavam-se o ministro, visconde de S. Leopoldo, e os professores. Por esta tela ganhou as boas graças do Imperador, que se fez então pintar por ele, (este retrato está em Lisboa e pertence à Imperatriz D. Amélia) e quis ter os retratos de todos os membros de sua família. Com este objetivo, Porto Alegre deveria dirigir-se às expensas deste príncipe a Munich, para aí pintar a sogra de Dom Pedro I, viúva do príncipe Eugênio e fazer, em seguida, uma viagem para a Itália e a França. Mas uma doença que o acometeu e a abdicação do Imperador impediram a execução deste projeto: nosso jovem artista dirigiu-se, então, para a França (julho de 1831), com seu mestre Debret, para aí formar-se sob a direção do Barão Gros, mas não recebeu nenhum subsídio do governo e teve que se manter a sua própria custa. É verdade que por intervenção do célebre homem de Estado, Martim Francisco de Andrada, que tinha sabido através do doutor Cláudio Luís da Costa da má situação financeira de Porto Alegre, as câmaras votaram-lhe unanimemente uma pensão. O ministro do interior Visconde de Sepetiba,porém, não se viu no dever de sancionar esta decisão. Porto Alegre pronunciou, mais tarde, o panegírico deste magistrado no Instituto Histórico e Geográfico.

Não estando em condições de continuar os estudos, Porto Alegre tomara a resolução de voltar ao Brasil, e tinha recebido seu passaporte do ministro