Pode-se dizer de resto que nosso artista, com seu amigo Magalhães, teve que aplicar muitos esforços para reformar o teatro brasileiro do duplo ponto de vista da literatura e da arte. Porto Alegre construiu-lhe uma grande colunata (galeria da Sagração) que foi admirada por todos e muitos arcos de triunfo. Teve assim parte na decoração do palácio imperial.
Mais tarde, tendo vagado a cadeira de Desenho na Escola Militar, Porto Alegre candidatou-se a ela. Por proposta dos professores, entrou como suplente, apenas para deixar a Academia de Belas Artes, onde sua posição era insustentável.
Desde então, passou a ocupar-se principalmente de arquitetura, arte que já tinha estudado em Paris, sob a direção do irmão de seu mestre de pintura, François Debret. Suas obras, as mais importantes, são o plano da Igreja de Santana, que lhe valeu um prêmio e o Banco do Brasil, palácio de granito e de coluna de mármore, a construção mais imponente do Rio de Janeiro.
Em 1854, o Imperador encarregou-o de duas memórias, uma sobre a reforma da organização da Academia de Belas Artes, outra sobre os meios de propagar o gosto pelas artes no Brasil. Logo após, o ministro do interior, Pedreira, fê-lo nomear diretor do estabelecimento em questão e encarregou-o de pôr em prática as reformas propostas. Os resultados foram além de sua expectativa. Introduziram-se métodos racionais e tornou-se obrigatório o estudo das ciências auxiliares. Mas logo após, a rotina e a ignorância voltaram a dominar, sustentadas pelos fiéis partidários dos professores, dignos discípulos dos mestres franceses. O novo ministro do Interior, marquês de Olinda, que via