às suas impressões de viagem "Os contornos de Nápoles, na Niterói, Revista brasiliense" (I p. 186-213) que ele publicava em Paris em 1836, com seus amigos Magalhães e Torres Homem. A influência dos "Suspiros" aqui é evidente. São meditações históricas e filosóficas no tom de elegia e com metro livre e mudável. Porto Alegre, no entanto, escolheu para forma a prosopopeia. Ele personifica as ilhas do mar Tirreno, o Vesúvio, relata os acontecimentos principais que recordam, liga-lhes suas reflexões filosóficas. O poema termina por um epílogo em que Porto Alegre faz aparecerem figuras alegóricas do despotismo dos Reis, da ambição dos humanos e da "civil guerra". Todos estes fantasmas entoam o coro orgânico seguinte:
Morte, destruição, silêncio, caos!
Só Deus é sempiterno, forte e justo.
Esta "voz da natureza", é antes uma voz dos espiritos, que faz sair dos túmulos um mundo desaparecido, já o poeta aqui mostra todas as qualidades que caracterizam suas criações posteriores e que o sentido de seu espírito como a sua carreira de artista deveriam produzir. Uma imaginação muito viva e, abandonando-se ao efeito pitoresco, uma propensão às cores fortes, à pintura dos detalhes, e uma riqueza de imagens levada, às vezes, ao excesso.
De volta ao Brasil, em 1837, Porto Alegre dirigiu sua atividade literária para o teatro, e procurou por suas próprias produções fazer sair a poesia dramática do esquecimento em que havia tombado neste país. Escreveu um "Prólogo Dramático", com musica de Cândido José da Silva, para a representação dada no Teatro Constitucional Fluminense, por ocasião do nascimento do Imperador Pedro II. Esta produção teve