muito sucesso. É uma alegoria política: Satanás, príncipe da desunião e da anarquia, procura ganhar um jovem, Brasil, e desviá-lo do caminho da monarquia constitucional e legítima. No entanto, o anjo da verdade aparta as seduções do espírito do mal e prediz o brilhante futuro que espera o país sob o reinado de um príncipe como D. Pedro II.
Porto Alegre escreveu mais tarde ainda algumas comédias e libretos de ópera. "O espião de Bonaparte" e "O sapateiro politicão" foram bem acolhidos e frequentemente representados; infelizmente, continuaram inéditos como todas as outras comédias, exceção feita de "Angélica e Firmino" (publicada na "Minerva") e "A Estátua Amazônica" (suplemento do jornal "Guanabara"). É uma sátira espiritual aos turistas franceses e principalmente ao conde de Castelnau. Este havia encontrado em algum recinto de uma casa situada nas margens do Rio Negro, um bloco mal esquadriado. Levara-o a Paris para expor no Louvre, dando-o como resto de certa estátua de amazona, obra dos primeiros habitantes do Brasil. É como se vê um digno "pendant" do manuscrito pictográfico americano, de que se falou tanto nos nossos dias.
As "Brasilianas" e "Colombo" são os principais títulos de Porto Alegre ao reconhecimento dos brasileiros. Estes nos mostram que o nosso poeta inspirou-se no espírito que nossa época viu despertar na América e no Brasil, em particular. É o espírito que nos faz procurar e encontrar o ideal nas particularidades de nossa terra natal e de nossa nacionalidade. E que, depois de ter tido consciência de si próprio, sabe perfeitamente revestir a forma que lhe convém. Porto Alegre firmemente decidido a seguir esta via e a divulgá-la em sua pátria, escreveu uma série de poesias