antiga. Para não negar seus princípios, recusou o lugar de ministro e, em 1831, até o de regente! Eleito deputado por sua província, a do Maranhão, Odorico Mendes distinguiu-se por sua probidade, mas foi substituído, e ficou no Rio de Janeiro, onde lhe confiaram o cargo de inspetor geral da Tesouraria da Província. Estas funções não o impediram, no entanto, de dar lições de latim para conseguir a manutenção de sua numerosa família. Ainda na capital, começou a tradução da "Eneida" que só terminou em Paris. Aqui, viveu de sua pequena fortuna e de uma pensão mínima, ocupado unicamente com seus trabalhos literários. Em 1854, publicou sua "Eneida", a melhor tradução portuguesa do poema latino.(264) Nota do Autor Seguiram-se a tradução das "Bucólicas" de Virgílio. Atualmente, mora em Pisa e trabalha em uma versão da "Ilíada".(265) Nota do Autor
O espírito da Antiguidade reina, não apenas nas traduções de Odorico Mendes, como ainda em suas poesias originais. Elas se distinguem igualmente por esta calma límpida, esta precisão, esta dicção modelar, que só encontramos nos antigos. O pensamento que inspira o "Hino à tarde" é com efeito tão doce, tão claro, quanto uma bela tarde de estio; respira um perfume de melancolia semelhante ao céu dourado pelos raios do sol poente. E depois, que harmonia entre os sentimentos e sua expressão!