Antônio Gonçalves Teixeira e Souza é tão fértil e tão universal quanto Norberto. Nascido a 28 de março de 1812, na cidade de Cabo Frio, dedicou-se a princípio ao professorado, mas obteve em 1855, emprego no Ministério da Justiça. É tudo o que sabemos de sua pessoa.(277) Nota do Autor
Estreou na carreira de poeta lírico publicando, no Rio de Janeiro, de 1840 a 1842, dois volumes de "Cânticos Líricos". Vemos aqui já as qualidades fundamentais de nosso escritor, uma grande sentimentalidade, uma maneira severa, quase melancólica de considerar a vida, uma grande elevação moral e religiosa, com uma tendência ao "pathos" e ao abuso de linguagem. Esta tendência que compartilha com a maior parte dos poetas brasileiros, porque tem o seu fundamento na sua eloquência inata e na luxuriosa vegetação de seu país, não o impede, no entanto, de mergulhar num sentimento, sem o diluir em verborragia superficial. Ela deixa-lhe ver figuras verdadeiras no espelho das imagens. Teixeira e Souza não se embriaga apenas com o aspecto da natureza, procura animar o que vê, em busca da significação simbólica das coisas, idealizando-as pela religião. Falta-lhe ainda frequentemente um gosto mais apurado, ele não mantém a necessária medida, não é suficientemente sóbrio para conservar o equilíbrio entre o fundo e a forma, e para não obscurecer por cores muito gritantes a beleza simples do desenho e a pureza dos contornos.(278) Nota do Autor