O Brasil literário: História da literatura brasileira

memória de seu pai dedica A. G. Teixeira e Souza. (Rio de Janeiro, 8º). As lendas dos arredores de sua cidade natal deram lugar a estes três dias de uma boda. Perto de Cabo Frio, vê-se à borda do oceano uma cruz conhecida sob o nome de cruz da cabocla. Conta-se que um navio naufragou nesta costa e que o mar rejeitou o corpo de uma indígena cujos ossos tinham sido enterrados no mesmo lugar em que foram encontrados, pois que estavam já em vias de decomposição. Diz-se, em seguida, que logo após, via-se entre as onze horas e o terceiro canto do galo um fantasma errar, de um lado para o outro, e gritando com voz sepulcral: "Para onde irei?" Alguém acrescenta que um passante respondeu: "Para o céu", e outros: "Para o inferno".

O poeta inventou a fábula seguinte destinada a completar o seu relato:

No começo do século passado, vivia em Narandiba, perto de Cabo Frio, Corimbaba, descendente dos caciques dos Guaranis, mas batizado e criado pelos jesuítas. Casara-se na igreja de S. Pedro com Miriba, filha de um português com uma índia. O primeiro canto termina com a descrição de sua volta da cerimônia nupcial, da recepção que lhes faz a mãe de Corimbaba, assim como seus parentes e amigos, enfim, dos cantos solenes e dos preparativos do banquete de bodas.

No segundo canto, Corimbaba conta a alguns amigos como travou conhecimento com Miriba: "Quando há um ano eu embarcava para o Rio de Janeiro, de volta para casa, havia a bordo uma mulher idosa e uma jovem milagrosamente bela. Era Miriba e sua mãe. Diante da praia natal desencadeou-se uma tempestade medonha e o navio naufragou. Só eu pude chegar ao litoral com a jovem que agarrei, enquanto que a sua mãe era devorada pelas ondas que atiraram