sobre ele, antes que seja libertado. Muitos anos ainda deve errar de um lado para outro, porque o temor afastava todo o mundo deste lugar. Enfim, uma noite de tempestade, atirou um náufrago a esta costa, avançou até o túmulo, ouviu as palavras da alma e gritou: "Vai ao céu, meu irmão!" Então uma chama desceu do alto sobre a cruz e consumiu-a, iluminando os arredores de um fogo vivo; um doce zéfiro acariciou a folhagem das árvores vizinhas e uma pomba branca subiu ao céu.
Desde então, o espectro cessou de suspirar, desapareceu com a pomba.
Esta análise basta para mostrar que o poema tem graves defeitos. O caráter idílico do exórdio é perturbado pelas partes alegóricas, muito mais extensas. Elas destroem a unidade da obra. São improváveis, do ponto de vista poético. Não se sabe porque Corimbaba — embora não se queira privar de seu divertimento favorito para não parecer efeminado — se expõe a perigos inúteis. Ele atrasa gratuitamente sua volta, com o objetivo de satisfazer sua curiosidade que o leva a querer conhecer o futuro. Ele que deveria estar absorvido, por completo, na felicidade futura e voar nos braços da esposa.
Enfim, sua raiva cega, o assassinato por mera suspeita de uma mulher cujo amor foi comprovado são ações em que não podemos reconhecer senão o efeito da fatalidade, quando deveriam ter sido motivadas psicologicamente. O poeta, numerosas vezes, insistiu sobre a sua intenção de descrever os efeitos do amor e do ciúme. Descreve uma paixão tranquila, sem obstáculos. Uma paixão, do lado da mulher sobretudo, graciosamente ingênua, sem falsidade, sem aparência de suspeita. Mas como fazer aqui enquadrar um ciúme de tigre, que não se justificará jamais, do ponto