O Brasil literário: História da literatura brasileira

"Sim, maldição a ti, Corimbaba", grita o índio assustado.

Miriba estende a mão ao esposo que se desespera e culpa-se pela morte do inocente. Ela o consola e assegura que morre feliz, amando-o e sendo amada por ele. Seu nome sobre os lábios, exala o último suspiro.

Corimbaba apartou-se sem verter lágrimas, nem dar gritos de dor. Obteve do pai de Miriba, não o perdão, pois que um crime destes não se perdoa, mas a promessa de ser enterrado ao lado de sua esposa. Logo após, os que estavam ao lado do corpo de Miriba escutam a queda de um corpo pesado: Corimbaba tinha sido apunhalado. Era meia-noite e foi o fim do terceiro dia de núpcias.

Os dois esposos foram enterrados sob a mesma cruz, ao lado da mãe de Miriba.

O oráculo havia dito: "Uma árvore estéril, com um só ramo seco que cobria apenas a mãe, recobre agora o assassino e a pomba."

Conta-se que, à meia-noite, um fantasma agita-se suspirando, em torno deste sepulcro e grita: "Para onde irei?" Às vezes, uma pomba esvoaça em torno dele. Um homem sem piedade diz-se que lhe gritou um dia: "Vai para o inferno". O fantasma suspira e a pomba foge assustada. Por muito tempo, ninguém ousa aproximar-se deste lugar. Um dia, um caçador extraviado, encontrou-se aí e ouviu as queixas do espírito, mas respondeu com compaixão: "Diriges-te ao céu, meu irmão". Acentos de alegria seguiram-se a estas palavras, porém o espectro continuou seu caminho, porque três vivos devem pronunciar seu julgamento