J. A. de Lemos Magalhães, A. J. de Araujo, Pinheiro Guimarães, Odorico Mendes se limitaram a traduzir dramas de Delavigne, Ducis, Voltaire, Shakespeare, (mas em geral através de parafrases francesas) Byron etc. O próprio D. J. G. Magalhães ocupou-se em transpor Arnaude e Ducis para a cena brasileira.
Ficou reservado então a este espírito independente que operou uma revolução tão feliz com os seus "Suspiros Poéticos" a glória de abrir o caminho ao teatro nacional. Ele tem mesmo a honra de ter precedido a Garret, que teve mais tarde a mesma influência sobre a cena portuguesa.(300) Nota do Autor A 13 de março de 1838, Magalhães fez representar no teatro da Praça da Constituição, no Rio de Janeiro, a tragédia chamada "Antonio José ou o Poeta e a Inquisição" (foi publicada em 1839). A 7 de setembro de 1839, deu para a inauguração do teatro de S. Pedro de Alcântara o seu "Olgiato" (publicado em 1841). Estas duas tragédias tiveram tal sucesso, que despertaram o interesse de um público estragado pelas peças francesas.
Nos prefácios destas duas tragédias, o próprio Magalhães exprime sua maneira de ver. Diz no prefácio de "Antonio José": "Eu não sigo nem o rigor dos clássicos, nem o desalinho dos românticos." No de "Olgiato", p. VI, fala assim: "Mas dou todo o devido apreço à simplicidade, energia e concisão das tragédias de Alfieri e Corneille".
As tragédias de Magalhães são concebidas sem prenderem-se pedantemente à regra das três unidades,