Scott, Cooper e Kotzebue. Também apareceu no Rio de Janeiro uma tradução do "Werther" de Goëthe.(324) Nota do Autor
Mas logo encontraram-se talentos que ousaram ensaiar-se num gênero que supera, no momento, a todos os outros da Europa. Sua tentativa foi coroada do maior êxito.
Citemos de início, Joaquim Manuel de Macedo, de quem já falamos como poeta lírico e dramático, mas cujo romance é, ao que supomos, a sua força principal. Em 1839, com a idade de 18 anos, fez o seu primeiro ensaio intitulado "O Forasteiro" que só começou a publicar, em 1835, no Rio de Janeiro (só conhecemos dois de seus volumes), depois de ter adquirido grande renome em outras obras do mesmo gênero. Como ele diz no prefácio, não fez mais que polir um pouco o estilo. Aqui denota já um grande talento de invenção e de pintura dos caracteres, assim como uma facilidade considerável na exposição, que é viva e animada.
Semelhante a todos os outros, este romance tem por assunto a condição social do Brasil, porém ele tem uma cor histórica maior que a dos seguintes, porque a ação decorre durante o século passado, no tempo da colônia. O autor lembra Walter Scott pela minúcia com que descreve os costumes, os usos, a região etc. "O Forasteiro" é livro sério. Em troca, revemos um traço característico, não apenas dos romances de Macedo, mas dos escritores brasileiros, em geral, queremos falar da tendência para o misterioso, de fazer um dos principais móveis da ação, um estrangeiro, um desconhecido, um mascarado, um