menino encontrado ou trocado. Os portugueses e os espanhóis provavelmente ligaram essa tendência aos americanos.
O romance que assegurou a reputação de Macedo é A Moreninha, Rio de Janeiro, 1844, 2, ed. um volume ibid. 1849. Macedo desenvolve todas as particularidades de seu talento, o que faz dele um pintor de costumes da sociedade moderna. As cores são vivas, a pintura dos caracteres chega, às vezes, à caricatura, principalmente nas partes cômicas; a mistura, enfim, do gracioso com o sentimental é das mais felizes. Macedo gosta principalmente de descrever os primeiros germes da paixão num casal adolescente. Numerosos mal-entendidos vem agora entravar-lhes o amor. Seu herói é ordinariamente um estudante entregue a todas as loucuras da juventude. Ele desperta o ciúme de sua amada, e que o paga com a mesma moeda. Enfim, o coração dos dois amorosos, excelente no fundo, faz valer seus direitos, explica os mal-entendidos, expia as faltas e reconhece que o amor ingênuo que ele viveu e conservou, não obstante todos os obstáculos, é agora purificado e bastará para a vida inteira.
O mais célebre dos romances de Macedo, depois de A Moreninha é oO Moço loiro, Rio de Janeiro 1845, 2ª. edição 1854, 2 vol. Além do interesse poderoso excitado por uma intriga tão complicada, nucleada por um desconhecido, que aparece sob os mais diversos disfarces e que não é outro senão o moço loiro, este romance atingiu um valor artístico mais alto ainda, por dois carateres de mulheres, habilmente desenhados e bem desenvolvidos. Honorina e Raquel são unidas por uma amizade real e profunda, embora sua educação e seu temperamento sejam os mais opostos. A primeira, natureza virginal, sonhadora e romanesca, cresceu no campo sob a vigilância severa de sua avó. A segunda,