quente, e o manso regato se converte numa furiosa torrente que transborda e enche as ruas.
Vegetação tropical.
Não posso deixar de pensar, depois que uma linha de vapores liga diretamente Nova York ao Rio de Ja-neiro, quão fácil não seria a quem quisesse desfrutar a natureza admirável dos trópicos vir passar um verão em Petrópolis, em lugar de ir a Newport ou Nahant. Têm-se aqui as mais belas paisagens de todas as redondezas do Rio e passeios que dão para cansar o mais infatigável cavaleiro. De maio a outubro, a estação é deliciosa, fria exatamente o bastante para que um pequeno aquecedor de lenha pela manhã ou pela noite não seja demais, e, no entanto, as laranjeiras estão cobertas de dourados frutos; há flores por toda parte.
De Petrópolis a Juiz de Fora.
Mal tivemos tempo de passar os olhos pelas belezas de Petrópolis, que esperamos contemplar bem mais à vontade em outra ocasião. Na manhã seguinte. ao raiar do dia, pusemo-nos a caminho. As nuvens ligeiras suspensas no alto das montanhas começavam a tingir-se dos primeiros rubores do sol, quando saímos da cidade, de carro, a todo o galope. O cocheiro tocava uma alegre fanfarra de despertar. Num instante transpusemos a pequena ponte e deixamos atrás de nós as bonitas casinhas cujas janelas fechadas testemunhavam que os moradores ainda dormiam.
A primeira parte da estrada acompanha o vale encantador do Piabanha, esse rio com que já travamos conhecimento em Petrópolis. Pelo espaço de 40 ou 50 milhas, segue-se a rota do caprichoso curso d'água que ora ferve de impaciência e salta de queda em