Por fim, a todo instante, na beira da estrada, grupos de trabalhadores, suspendendo o trabalho, preparam o seu almoço; as marmitas são penduradas em cima do fogo, a cafeteira chia sobre as brasas, e os homens descansando em diferentes atitudes fazem pensar num acampamento de boêmios.
Até Posse, terceiro posto, já tínhamos feito trinta milhas, e paramos para almoçar. Na verdade essas três horas de caminhada nos despertaram o apetite. O hábito quase constante dos brasileiros em viagem é tomar, quando se levantam, uma xícara de café que lhes basta até às 10 ou 11 horas; então almoçam um pouco mais solidamente. Não sei o que pensarão os meus leitores; mas, de minha parte, nunca leio uma narração de viagem sem que me sinta desapontada quando, tendo acompanhado fielmente o viajante e partilhado de todas as suas fadigas, ele me deixa para saciar a sua fome, sem me convidar para os prazeres de sua mesa. Farei, portanto, como desejaria que me fizessem; transcreverei o nosso menu e aproveitarei a ocasião para dizer uma palavra sobre os hábitos gastronômicos dos brasileiros. Serviram-nos para começar feijão preto preparado com carne seca (carne secada ao sol e salgada). É o prato fundamental em todas as refeições brasileiras. Não há casa por mais pobre que não tenha a sua feijoada; nem há por mais rica que exclua de sua mesa esse prato por excelência, pelo qual as pessoas de todas as classes manifestam um gosto igualmente pronunciado. Vieram em seguida batatas, arroz feito com água, ensopado de galinha, pratos estes quase todos característicos da cozinha brasileira tanto como o feijão mesmo; em seguida ovos preparados de várias maneiras, carnes frias, vinho, café e pão. Os legumes são absolutamente raros, se bem que seja fácil obtê-los neste clima, com grande variedade (54)Nota do Autor.