Viagem ao Brasil, 1865-1866

de cinco ou seis anos; ainda mais alguns anos sob a mesma direção, e se tornará o paraíso dos trópicos.



Passeio na floresta da Imperatriz

Fizeram-se, para o dia seguinte, vários projetos em que a ciência e o prazer tiveram cada qual a sua parte. Foi, em primeiro lugar, um passeio, metade a cavalo e metade de carro, à “Floresta da Imperatriz”. Todas as redondezas, aqui, guardam a lembrança da visita da família imperial, por ocasião da abertura da estrada. Não há leal habitante de Juiz de Fora, para quem tal acontecimento não haja marcado época, e a floresta virgem que vamos visitar é consagrada ao fato de que o Imperador, sua família e seu séquito nela almoçaram ao ar livre, rodeados por um público afeiçoado e solícito. Realmente, seria difícil encontrar mais esplêndida sala para um banquete: o assento imperial se preparara embaixo de um dos arcos duma colossal figueira; a mesa rústica, formada de troncos rugosos, estendia-se à sombra de altas palmeiras, e, em toda a volta, os cipós entrelaçados formavam uma rica tapeçaria bordada pelas orquídeas. Tal o mobiliário real. Tudo o mais foi de uma simplicidade em harmonia com a moldura da cena. Nem ouro, nem prata, nem cristais vieram destoar dos esplendores da natureza. Os colmos ocos dos grossos bambus forneceram as taças, e todo o serviço de mesa seguiu as mesmas regras. As mesas, cadeiras, etc., ainda aí se encontram tais como no memorável dia; nada foi mudado, e, naturalmente, esse pequeno e gracioso recanto da floresta. tornou-se o lugar tradicional dos piqueniques que fazem, de tempos em tempos, mais humildes companhias.

Gozamos pelo espaço de algumas horas a sombra e a frescura da floresta; fizemos por nossa vez uma ligeira