merenda debaixo das palmeiras acariciadas pela aragem; depois retomamos o caminho de casa, não sem pararmos algum tempo num pequenino quiosque, construído também na mesma ocasião, encantador pavilhão de descanso, nas margens do rio cujas águas ligeiras saltam de pedra em pedra. Após um passeio como esse, não nos zangamos com que uma chuva forte viesse anular os projetos da véspera, retendo-nos prisioneiros em casa pelo resto do dia. Estávamos ameaçados de ter prazeres demais, e uma tarde de descanso foi bem-vinda.
Visita ao Sr. Halfeld
Uma boa parte do nosso último dia de permanência em Juiz de Fora, passamo-la na hospitaleira casa do Sr. Halfeld, engenheiro alemão, a quem suas explorações do interior valeram honrosa notoriedade. A sua obra sobre o Rio São Francisco era bem conhecida de Agassiz, de modo que se acharam ambos em terreno familiar. O Sr. Halfeld pôde melhor do que ninguém lhe fornecer informações preciosíssimas para os planos da expedição, principalmente sobre aquilo que interessa os jovens auxiliares encarregados de atingir as margens do Amazonas passando pelo São Francisco e o Tocantins. Possuía também uma interessante coleção de objetos de história natural e ofereceu cordialmente os seus préstimos para nos conseguir uma dos peixes da região. De fato, as coleções marcharam muito depressa durante a nossa estadia. Achávamo-nos em Juiz de Fora apenas havia vinte e quatro horas, e já uma dúzia de pesquisadores se puseram em atividade. Todos os garotos da vizinhança e vários alemães empregados na estrada foram requisitados. Até as senhoras quiseram tomar parte, e Agassiz deve à nossa amiga Sra. R... alguns dos mais interessantes espécimes da localidade.