Mesmo, porém, que semelhante estudo não traga outros resultados senão este: saber que certos fatos na natureza se passam de tal forma e não de outra, que têm tais causas e não outras, o resultado em si já seria bastante útil, bastante grande, porque a finalidade do homem, seu objetivo, sua glória, é a VERDADE...
Uma palavra sobre essas conferências; dando crédito ao que nos dizem os próprios brasileiros, elas constituem para eles uma novidade desconhecida e, até certo ponto, uma revolução nos seus hábitos. Se algum trabalho científico ou literário é apresentado ao público do Rio, é em condições especiais e diante de um auditório de elite, na presença do Imperador, que o autor faz solenemente a sua leitura. O ensino popular, que consiste em admitir livremente todos quantos queiram escutar e aprender, tem sido até aqui uma coisa desconhecida. A ideia foi sugerida pelo Dr. Pacheco (65)Nota do Tradutor, diretor do Colégio Pedro II, homem de uma cultura verdadeiramente liberal e de grande inteligência, a que a instrução do Rio deve mais de um progresso. Encontrou apoio junto ao Imperador, sempre bem disposto pelo que possa estimular o gosto do seu povo pelo estudo. A seu convite, Agassiz realizou, em francês, uma série de lições familiares sobre diversos assuntos científicos. Julgou-se muito feliz em poder assim introduzir neste país um meio de educação popular cuja influência ele acredita ter sido para nós das mais salutares. A princípio a presença de senhoras foi julgada impossível, como sendo demasiada inovação nos hábitos nacionais; mas esse preconceito foi logo vencido e as portas se abriram para todos, à moda da Nova Inglaterra. Se a mais constante atenção é, da parte de um auditório, uma prova de inteligência, deve-se dizer na verdade que orador algum