um grande museu zoológico nos Estados Unidos; cooperara mesmo para isso enviando coleções feitas por ordem sua, especialmente para tal fim. Sabia, portanto, que poderia contar com a benevolência do soberano desse vasto Império em tudo o que dissesse respeito aos meus estudos.
Eram perspectivas bastante sedutoras. Aliás, por isso mesmo, eu recuava diante da ideia de realizar uma simples visita de turista ao Brasil. Contando apenas com os meus recursos, que partido poderia tirar das mil e uma oportunidades que se me ofereceriam? Bem pequeno, sem dúvida. Voltaria do Brasil cheio de recordações agradáveis, mas sem um único resultado científico de importância. E, mais tarde, ficaria sempre me lembrando de que, se não me houvessem faltado os recursos necessários, eu poderia ter trazido dessa viagem numerosas coleções que, instaladas no edifício do nosso Museu, ampliado para recebê-las, colocariam o Museu de Cambridge na altura das primeiras instituições do gênero!
Dominavam-me essas preocupações, quando, por acaso, encontrei Nathaniel Thayer, em quem sempre encontrei um benfeitor solícito das ciências. Certamente que não me ocorreria a ideia de invocar o seu apoio para a realização de um projeto tão considerável, mas foi dele que partiu a iniciativa. Tendo escutado com vivo interesse a exposição dos meus planos de viagem, disse-me: “O Sr. não há de deixar de dar um cunho científico a essa ex-cursão. Leve consigo seis auxiliares, gente moça, que eu me encarregarei das despesas com eles e com toda a ex-pedição."Isso foi dito com tanta simplicidade, a oferta era tão generosa, que, no primeiro momento, custei a acreditar que tivesse compreendido bem. Os acontecimentos me demonstraram, em seguida, de que forma larga e liberal o meu interlocutor compreendia o seu compromisso de custear a expedição. Como se dá sempre em semelhantes