Viagem ao Brasil, 1865-1866

consigo suas fatais e deploráveis consequências, e escravos claros não constituem raridade muito extraordinária.

Foi o último dia da nossa visita. Partimos na manhã seguinte, não mais a cavalo, mas numa dessas embarcações rasas que transportam café: o que nos pareceu preferível a uma longa cavalgada em pleno sol. Fomos acompanhados ao embarcadouro por nossos amáveis hospedeiros e seguidos por uma quantidade de negros, uns carregando a nossa bagagem e outros só pelo prazer de nos fazer aquele acompanhamento; entre estes estava a boa velhinha centenária que nos desejou feliz viagem com mais efusão e carinho que qualquer outro. Largamos afinal e descemos alegremente o rio; os sacos de café nos serviam de bancos e almofadas e os nossos guarda-sóis abertos nos faziam as vezes de toldo, protegendo-nos sofrivelmente do sol. À viagem não faltaram mesmo algumas emoções, pois que o rio, entrecortado de pedras em muitos pontos, forma rápidos violentos, em cuja passagem os barqueiros desenvolvem grande habilidade.



Excursão botânica à Tijuca

15 de julho - Hoje longa excursão botânica à Tijuca, em companhia do Sr. Glaziou, (77)Nota do Tradutor diretor do Passeio Público, que desejou muito ser o nosso guia. Agassiz teve muita sorte em encontrar, no meio dos lazeres a que o obriga o adiamento forçado de nossa partida, um botânico como o Sr. Glaziou, que soma a um conhecimento muito grande das plantas tropicais um profundo saber teórico. Ele fez por enriquecer a nossa bagagem científica, acrescendo-lhe uma coleção escolhida de palmeiras e outras plantas próprias para esclarecer as relações