adiante, essas manchas se transformam em largas faixas, e a água doce invade cada vez mais o mar; enfim, para as dez horas, estamos em plena embocadura do rio. Mas não vemos as suas margens; 240 quilômetros (150 milhas) as separam uma da outra e podemos nos acreditar ainda sobre o imenso oceano. À proporção que nos aproximamos da cidade, as numerosas ilhas que formam o porto do Pará e o abrigam, limitam progressivamente a vista e quebram a enorme massa das águas doces que afluem. Às três horas mais ou menos fundeamos; mas um violento temporal desaba, o trovão reboa, a chuva cai torrencial, e todos ficamos a bordo, com exceção do Major Coutinho. Este foi anunciar a nossa chegada ao seu amigo Sr. Pimenta Bueno (88)Nota do Tradutor, que teve a bondade de nos oferecer a sua residência para todo o tempo da nossa permanência aqui.
Recepção encantadora
A chuva cessou esta manhã, o tempo está esplêndido; às sete horas, duas embarcações vieram nos buscar a bordo, juntamente com a nossa bagagem. Uma vez em terra, dirigimo-nos para os vastos edifícios em que estão situados os escritórios e os armazéns do Sr. Pimenta Bueno. Ele teve a gentileza de mandar preparar várias salas grandes e de belo aspecto para servirem de laboratório e depósito; no andar superior, em quartos frescos, bem ventilados, foram alojados os nossos companheiros. Chegados antes de nós, eles já armaram as suas redes, arrumaram os seus pertences, e dir-se-ia um verdadeiro internato de rapazes. Postos em ordem os instrumentos da expedição, tomamos um carro e nos dirigimos para a “chácara” do Sr. Pimenta. Essa elegante