Viagem ao Brasil, 1865-1866

ondulações finas. Ao lado dessas misturas, mostra-se o puro tipo índio: fronte baixa, face quadrangular, ombros rigidamente em ângulo reto e muito altos, sobretudo nas mulheres. Na primeira cabana em que entramos, só havia uma índia mestiça. De pé, na galeria aberta da pequena construção de palha, tem em volta de si uma mercadoria coberta de penas, periquitos e papagaios de toda espécie e tamanho que ela aprisionou para vender. Depois de passar a vista por várias dessas cabanas, de comprar um ou dois macacos, alguns papagaios e alguns vasos — tão feios quanto curiosos, diga-se a verdade — penetramos na floresta e vagamos ao acaso colhendo plantas para nossos herbários. As palmeiras são mais abundantes, maiores e mais variadas que as que temos encontrado até então. Ao crepúsculo, voltamos para bordo, onde nos aguardava uma multidão de rapazes e alguns outros habitantes mais velhos do lugar. Trazem cobras, peixes, insetos, macacos, etc. Tendo-se espalhado a notícia de que o objeto da nossa visita ao povoado era apanhar "bixos" (sie), todos acorreram carregados de suas mercadorias vivas. Agassiz ficou encantado com essa primeira colheita, e adicionou um número considerável de espécies à sua coleção de peixes amazônicos feita na Cidade do Pará, já tão rica e rara. Passamos em Breves toda a noite, e, esta manhã, navegamos entre as ilhas, num canal que tira o seu nome do Rio Aturiá. Dá-nos uma ideia da grandeza do Amazonas o fato de constituírem grandes rios os canais que separam as ilhas em que se fratura a foz do rio, canais esses que são conhecidos pelos habitantes da região por denominações locais diferentes. As margens são chatas; até aqui não avistamos ainda nenhuma elevação e a beleza da paisagem reside toda nas florestas. Refiro-me mais às primeiras que a qualquer outra planta, por serem elas inconfundíveis e, pelo seu porte