Viagem ao Brasil, 1865-1866

um ramo de carvalho, bate várias pancadas com o seu pesado machado sobre a folha vizinha que deseja fazer cair.



Passeio nas margens

O calor esteve muito forte durante o dia; mas, lá para as cinco horas, voltou a brisa e eu desci para passear. Não se passeia aqui como em um lugar qualquer, e, enquanto a gente não se acostuma, chega a ser mesmo perigoso. Grande parte do solo se acha coberto pelas águas, e atravessa-se um simples tronco de árvore sobre todos esses pântanos e canais. Os habitantes passam por sobre eles tão fácil e tranquilamente como se caminhassem sobre uma larga estrada; os recém chegados, porém, só se sentem meio garantidos.

Cortesia dos índios— Ao cabo de algum tempo, demos com uma choça de índio na orla da mata. Um convite cordial nos decide a entrar e o aspecto asseado do alpendre, que, por si só, constitui as salas de recepção, provoca os nossos comentários favoráveis. Uma vez por todas, descrevamos uma dessas habitações. A floresta é quem lhe fornece os materiais; a armação é feita de troncos de árvores finos, cruzados em ângulo reto e entrelaçados com longas folhas de palmeira que fornecem excelente tapagem; ou, muitas vezes, as paredes são feitas de barro. O teto se inclina para cobrir o largo alpendre, aberto para os lados e para a frente e que se estende ao longo da cabana, formando uma peça com muito fundo e de belas dimensões. No interior, o resto da pequena habitação consta de uma ou duas divisões, conforme o tamanho. Não penetrei nesses quartos reservados, mas de bom grado afirmaria que nelas reina tanta ordem e limpeza como na coberta externa. O chão, de terra batida, está cuidadosamente varrido, não