Viagem ao Brasil, 1865-1866

em terra. Embarcada a lenha, dirigimo-nos diretamente à Vila Bela, situada na outra margem do rio, na foz do Tupinambaranas. Somos aí cordialmente recebidos pelo Dr. Marcos, um dos antigos correspondentes de Agassiz, que enviou várias vezes exemplares da fauna amazônica para o Museu de Cambridge. Hoje, à tarde, iremos fazer uma excursão de canoa por alguns dos lagos próximos.

Viagem noturna de canoa no lago de José-Açu

28 de agosto_ Passamos ontem um excelente dia em casa do Dr. M..., guardando o sábado, não como cristãos, mas como judeus; foi um verdadeiro dia de descanso; fizemos a nossa sesta nas redes, os homens fumando, eu lendo. Às cinco horas da tarde, voltamos para bordo; nossa intenção era partir ao pôr do sol, de forma a aproveitar a noite para pescar, que é, segundo se diz, o momento mais favorável. Mas sobreveio um temporal: o trovão roncou, chovia a cântaros; e isto durou até meia-noite. Impossível pensar na partida. Não deixamos de descer para as canoas antes de a noite cair, de estarmos prontos para partir logo que o tempo melhorasse. Eram duas canoas; numa estavam o Sr. Burkhardt, Agassiz e eu; a outra era ocupada pelo major Coutinho, o Dr. Marcos e o Sr. Thayer. A primeira, talvez um pouco maior, tinha na popa uma pequenina câmara de seis pés de comprimento por três de altura, coberta de madeira; a segunda tinha apenas um abrigo de folhas de palmeira. A maior recebeu a nossa bagagem, a mais reduzida possível e as provisões vivas: um carneiro, um peru, algumas galinhas; colocaram-se nela também um certo número de barris e bocais cheios de álcool para as coleções. O capitão nos