o seu afluente e passa, barrando-o completamente. Não se pense, pela mudança do nome, que o Solimões seja outra coisa que o Amazonas: é o mesmo rio, porém acima de Manaus; do mesmo modo, o que se chama Marañon e ainda o mesmo rio acima de Nauta, além das fronteiras brasileiras. É sempre o mesmo curso d’água gigantesco, atravessando o continente em toda a sua largura; mas conforme se acha no alto, no meio e embaixo do seu curso, recebe os três nomes desiguais Marañon, Solimões e Amazonas. No ponto em que os brasileiros o designam pelo nome de Solimões, ele inflete subitamente para o sul, justamente no seu encontro com o rio Negro que vem do norte, de sorte que os dois rios formam um ângulo agudo.
Nossa residência
Desembarcamos em Manaus e fomos logo para a casa que o major Coutinho com a sua previdência habitual, mandara preparar para nós. Como não se sabia a data exata da nossa chegada, nem tudo estava pronto: a nossa futura moradia estava mesmo absolutamente vazia quando nela entramos. Mas dez minutos depois, as cadeiras e as mesas, retiradas, creio, da casa dum amigo, fizeram a sua aparição; num instante, os compartimentos ficaram mobiliados e tomaram um bom aspecto, apesar dos seus ladrilhos de tijolo e suas paredes despidas. Temos amável vizinhança: a família que mora portas pegadas com a nossa são antigas e boas relações do major e, em consideração a ele, nos trata como se tivéssemos igual direito à sua amizade. É nessas excelentes condições que vamos passar uma semana, pelo menos, de repouso, aguardando o vapor que se destina à Tabatinga.