Viagem ao Brasil, 1865-1866

Volta da expedição enviada ao Tapajós

9 de setembro — Acabamos de passar alguns dias tão calmos que não encontro nenhum incidente para narrar. Trabalhou-se como de costume; todas as coleções feitas desde o Pará foram embaladas e estão prontas para serem enviadas para esse porto. Reuniram-se a nós, de volta de sua excursão ao Tapajós, os nossos companheiros para isso destacados, e trazem desse rio importantes coleções. Parecem encantados com a viagem que fizeram e declaram que aquele curso d’água em nada cede ao próprio Amazonas em extensão e grandeza. Sobre as suas margens se estendem largas praias arenosas nas quais, quando o vento está forte, rolam ondas como nas praias do mar. Agassiz não se preocupou em colecionar animais da localidade; limitou-se a obter os peixes que se podem pescar nas redondezas; deixou para a volta a exploração do Rio Negro.



Liberalidade do Governo

É que acabamos de receber uma nova prova da boa vontade do governo brasileiro. Antes de deixarmos o Rio, o Imperador havia oferecido a Agassiz um pequeno navio a vapor da marinha imperial para subir os rios Negro e Madeira. Soubemos, porém, ao chegar ao Pará, que esse navio se achava em mau estado e fora de serviço, e pensamos que seríamos, por conseguinte, obrigados a recorrer às pequenas embarcações geralmente utilizadas. Mas, hoje, um despacho oficial informa Agassiz de que, "já que o "Pirajá" não está em estado de navegar, um outro vapor será posto à sua disposição e o encontrará em Manaus quando ele tiver terminado a sua exploração do Amazonas superior". A carta seguinte, dirigida ao Presidente do Pará, agradecendo-lhe esse favor