a margem esquerda e direita do rio quando, na verdade, estamos num largo canal compreendido entre duas ilhas.
Aspectos das margens — Constituição geológica
Hoje, quase que observamos constantemente o drift, esse mesmo drift vermelho da América do Sul que se nos tornou tão familiar. Em certos pontos ele se ergue em falejas ou altas barrancas acima dos depósitos de vasa; noutros, aflora e desponta do limo das águas, misturado aqui e ali com esta lama e parcialmente estratificado. Num dado local, ele cobria uma rocha acinzentada, cuja natureza Agassiz não pode determinar ainda, mas de estratificação acentuada e levemente inclinada. Essa espécie de terreno se torna mais aparente, sem dúvida, à medida que subimos na direção do Maranhão. Será por que nos aproximamos do seu ponto de partida ou por que a natureza da vegetação nos esconde menos a vista do solo?
Sempre a floresta — A Samaumeira - O Arum
Depois que partimos de Manaus, a floresta se mostra menos luxuriante e mais baixa nas margens do Solimões que nas do Amazonas, mais fragmentária, mais aberta. As palmeiras mesmo são menos numerosas do que antes; mas vê-se agora uma árvore que rivaliza em majestade com elas. Sua copa achatada, em forma de disco, domina a floresta das alturas, e, vista de longe, ela tem alguma coisa de arquitetural tão regular é a sua forma. Essa árvore majestosa é a samaumeira (Eriodendron samauma). É uma das árvores, raras nesse clima, cujas folhas caem periodicamente, e, precisamente agora, ergue acima da massa verdejante da vegetação que a rodeia, uma copa arredondada, quase destituída de folhas. Os galhos de ramificações múltiplas, muitos nodosos, de simetria perfeita, são como o tronco cobertos por uma casca branca. Não deve tardar muito que