Viagem ao Brasil, 1865-1866

Barreira de Codajás

Paramos hoje numa pequena povoação, situada na margem setentrional do rio, chamada "Barreira das Cudajás" (sic). É constituída apenas por algumas casinholas situadas num barranco de drift vermelho, ligeiramente estratificado em alguns pontos, e que se apóia à vasa trazida pelas águas. A partir desse ponto, observamos a mesma formação em várias localidades.



O Coari — Processo de tomar lenha

13 de setembro — O navio fundeou esta manhã junto da pequena vila de Coari, no Rio Coari, um dos afluentes de águas negras. Demoramos aí algumas horas tomando lenha para a máquina. Essa operação se executa com tanta lentidão que um norte-americano, habituado em seu país com os processos expeditos, não acredita no que vê. Uma pequenina canoa em mau estado, trazendo um carregamento de lenha, se afasta da margem, arrastando-se no rio com lentidão ainda acentuada pelo fato de que, dos dois canoeiros, um se serve de uma pá quebrada e o outro de uma vara comprida. Nunca assisti a tamanha apologia dos remos! Quando a frágil embarcação acaba enfim de encostar ao navio, oito ou dez homens formam fila, e a lenha passa de mão em mão, hacha por hacha, contada na ocasião. Agassiz tirou o seu relógio do bolso e verificou que, em média, entram a bordo sete hachas por minuto. Com semelhante processo, compreende-se que, tomar lenha não é negócio para cinco minutos. Acabamos afinal por deixar Coari, e, daí em diante, vamos tocando quase as margens não de uma ilha, mas as margens continentais; com efeito, são tão numerosas e vastas as ilhas do Amazonas, que é frequente supormos que nos achamos entre