para olhar os que trabalhavam. Tinham acendido uma grande fogueira na margem e pendurado suas redes de pesca ou levantado suas tendas de algodão embaixo das quais eles dormem, no meio das árvores, alguns passos atrás. Isso tudo formava um grupo selvagem. Os índios passavam e repassavam pelo chão da fogueira; para cuidar dela havia, especialmente encarregada, uma mulher alta e magra com ar de feiticeira, verdadeira Meg Merrilies, tendo, creio, por única vestimenta um comprido pano pardo escuro apertado em volta da cintura. Quando ela se inclinava sobre o fogo, para botar galhos secos ou soprar os tições em brasa, a chama iluminava com estranhos reflexos o seu rosto enrugado, sua pele curtida e sua comprida cabeleira emaranhada: um clarão fugitivo passava pelas mulheres e crianças que a rodeavam, e abrasava com vivos reflexos vermelhos a floresta que emoldurava esse quadro. Foi a única mulher aborígine que vi de alta estatura, pois em geral as índias são pequenas. Quando esses rudes habitantes da floresta terminaram os seus preparativos noturnos, atiraram sobre a fogueira um pouco de lenha verde e apagaram as chamas; espessas nuvens de fumaça se elevaram, envolvendo as tendas com certeza para afugentar as legiões de mosquitos. Esses insetos, realmente são temidos dos indígenas como dos estrangeiros; ao cair da tarde, não há ponto do Alto Amazonas que não seja invadido por chusmas de mosquitos e, durante o dia, uma pequenina mosca voraz, chamada pium, não é menos incômoda.
São Paulo — Desmoronamentos
18 de setembro — Outra parada ainda, ontem à tarde, em São Paulo (108)Nota do Tradutor, pequena povoação situada no alto duma barranca que se ergue quase a pique à