Viagem ao Brasil, 1865-1866

de aluvião profundamente escavada e fendida em múltiplas direções, se compõe de uma dúzia de casas em ruínas em volta de uma espécie de praça central. Bem pouco poderia dizer dos seus habitantes, pois a tarde já ia adiantada quando fui a terra, e todo mundo se havia retirado com receio dos mosquitos. Duas pessoas estavam ainda encostadas à porta de suas casas e me aconselharam amigavelmente que não fosse adiante, a menos que me resignasse a ser devorada pelos mosquitos. Com efeito, já uma nuvem zumbidora me cercava e me perseguiu, na retirada, até junto do navio. Os mosquitos durante a noite, e os piuns, de dia, tornam a vida aqui intoleráveI, segundo nos dizem. Em tais circunstâncias, não nos foi possível, durante a nossa curta demora, fazer uma ideia do caráter da vegetação; tivemos, entretanto, ocasião de ver uma curiosa palmeira, a tucuna, uma espécie de Astrocaryum, cuja fibra é empregada na fabricação das redes comuns, das redes de pesca e outras coisas semelhantes. Essas fibras constituem um artigo de comércio cada vez mais importante. Os arredores de Tabatinga, onde se contam duas ou três ilhas, numerosos igarapés indo ter ao rio e a larga embocadura do Javary,(110)Nota do Autor são uma das paragens mais pitorescas do Solimões.



Comissão científica que encontramos

Nesta pequena vila, encontramos os quatro membros duma comissão científica espanhola, que acabava de realizar na América Central e meridional uma viagem de alguns anos. Em diversos pontos haviámos cruzado o seu itinerário sem nunca nos encontrar. Saudaram com alegria a chegada do nosso vapor, já se achando eles em Tabatinga há duas ou três semanas. Os membros