de uma para outra, e as canções brasileiras se alternaram com os cantos indígenas. Não se pôde efetivamente imaginar nada tão fortemente mareado do cunho nacional, tão fortemente impregnado da cor dos trópicos, de mais característico enfim, que essa cena no lago! Quando chegamos ao desembarcadouro, as nuvens de tons róseos e dourados não eram mais que uma massa de vapores brancos ou cinzento azulado; os últimos raios do sol se haviam extinguido e a lua brilhava em toda a sua plenitude.
Cena noturna. As mulheres e o fumo
Quando subíamos a ligeira inclinação da colina, para chegar ao sítio, alguém propôs que se dançasse na relva e as moças índias formaram uma quadrilha. Se bem que a civilização tenha misturado os seus costumes aos indígenas, ainda há nos movimentos dela muito dos gestos nativos, e essa dança convencional perdera algo de seu caráter artificial. Entramos enfim na casa onde as danças e os cantos recomeçaram, e, aqui e ali, grupos sentados no chão riam e conversavam, homens e mulheres fumando com o mesmo prazer. O uso do fumo, quase que universal entre as mulheres de baixa condição, não é exclusividade delas. Mais de uma senhora (pelo menos nesta região do Brasil, porque cumpre distinguir os costumes das margens do Amazonas, os do interior e os da cidade e vilas do litoral) gosta de fumar seu cachimbo, balançando-se na rede durante as horas quentes do dia.
30 de outubro- Ontem, o nosso grupo se dispersou. As índias vieram se despedir depois do almoço e partiram cada uma para a sua casa, em todas as direções. Desapareceram por pequenos grupos nas trilhas das florestas, com os seus filhinhos, de que havia um grande número, enganchados como de costume nos quadris