um na frente, outro atrás, com uma abertura para deixar passar a cabeça; um cinto para fixar essas duas metades ao corpo e um grosseiro chapéu de palha de abas largas. Eis toda a vestimenta dessa gente. A roupa de trabalho geralmente é fabricada com fibras vegetais; mas para o manto de gala, o dos dias de festa, empregam um tecido de algodão de malha, de fabricação indígena, fino e macio ao mesmo tempo que espesso e forte; pode ser mais ou menos enfeitado de ornatos, mas sempre com a mesma forma. Os índios bolivianos parecem ser mais trabalhadores do que os do Brasil, ou então são mantidos sob mais rigorosa disciplina.
Excursão a Mucajá-Tuba
14 de dezembro — Estamos na povoação de Mucajá-Tuba. Mucajá é o nome duma palmeira muito abundante aqui e tuba significa lugar. Estamos portanto num palmeiral de acrocomias. Foi ontem que deixamos Maués para fazer essa pequena excursão. Deveríamos partir ao raiar do dia; mas, na hora marcada, começou a cair uma chuva, como frequentemente se dá nestas latitudes, isto é torrencial, com violentos raios e trovoadas. Tivemos que esperar e tanto melhor foi assim, pois, lá para as onze horas, cessou o temporal e o céu ficou encoberto durante o resto todo do dia. Subindo o Maués, passamos em frente de uma infinidade de afluentes e lagoas sem nome, largas porções de água completamente desconhecidas, a não ser pelas pessoas de sua imediata vizinhança. Chegamos de noite ao nosso destino e cerca de oito horas ancoramos em frente da pequena aldeia. Ao aproximarmo-nos, vimos umas luzes vagarem pelas margens; de novo nos pusemos a pensar o que deviam imaginar os habitantes diante do