Viagem ao Brasil, 1865-1866

de provocar o riso: fatigada de estar de pé e exposta ao sol, sentei-me entre as mulheres, e, como a distribuição dos presentes se fizesse com muita pressa, fui considerada como uma delas e recebi por minha parte um vestido de cores berrantes. Houve entre as índias uma risada geral e o incidente pareceu diverti-las muito.

Generosidade dos índios.

Voltamos para bordo às dez horas para almoçar, e, de tarde, toda a população da aldeia veio satisfazer a sua curiosidade e visitar o nosso navio. A generosidade deles é das maiores; nunca encontro um sem que me faça qualquer presente que seria afronta recusar. Tudo o que possuem oferecem ao estrangeiro, seja uma fruta, sejam ovos, ou uma galinha, uma cuia, uma cesta, ou flores; sentir-se-iam magoados se nos retirássemos de mãos vazias. Na visita ao navio, a mulher do chefe me trouxe uma galinha gorda e bonita, outra me trouxe uma cesta, uma terceira um fruto muito parecido com a nossa abóbora de inverno e que faz as suas vezes. Fiquei satisfeita por levar comigo no momento alguns colares e imagens de santos para poder retribuir esses presentes, mas estou persuadida de que as visitantes não contavam receber nada em troca; dar um presente a um hóspede é para elas um dever de hospitalidade.



Indiferença dos índios

Quando os índios se acharam reunidos a bordo do navio, o capitão mandou atirar o canhão para eles verem; pôs o navio em movimento para lhes mostrar as máquinas em ação e as rodas em movimento. Olharam para tudo isso com o mesmo ar calmo e impassível, como