profundas; parecia que, subindo a corrente, percorríamos uma série de barras, enseadas e lagos. Efetivamente, já passamos em frente de várias lagoas grandes, mas abundam por tal forma aqui as vastas massas d’água que nem possuem nome e quase não atraem a atenção.
Vegetação
Também a vegetação difere muito da das margens do grande rio. Vimos, assim, poucas palmeiras, e a floresta se caracteriza por grande número de árvores cuja folhagem em coroa, uniformemente e suavemente arqueada, forma abóbadas achatadas. A mais notável, pela grande altura e extensão de sua folhagem, é a sumaumeira, que já descrevemos. Essa disposição, porém, em umbela das folhas e dos galhos não é peculiar a uma única espécie; caracteriza um grande número de plantas do Brasil, assim como os arcos de sustentação da base do tronco. Pareceu-nos, todavia, mais frequente aqui.
Escassez da população. Aldeia de Tauá Péassú
As margens nem parecem habitadas; durante todo o dia de ontem, encontramos apenas uma canoa, que chamamos para perguntar a que distância se achava a pequena aldeia de Tauá-Péassú, (148)Nota do Tradutor em frente da qual devíamos fundear e passar a noite. Era a embarcação duma família de índios que descia o rio. Ela nos veio lembrar de que havíamos passado além da região habitada, pois o homem que remava estava inteiramente despido e as mulheres e crianças se esconderam por baixo da pequena coberta para nos espiarem com curiosidade. Mesmo assim responderam amigavelmente que não nos achávamos longe do lugar a que nos destinávamos, onde