Viagem ao Brasil, 1865-1866

No dizer do cura, na maioria dos domingos, a assembleia dos fiéis, na missa, ficava reduzida ao celebrante e alguns meninos do coro.



Passeio de canoa na mata

Após um descanso de meia hora na casa do padre, este nos convidou a visitar a sua plantação de mandioca situada a uma pequena distância na floresta, garantindo que Agassiz aí encontraria uma espécie de palmeira que desde muito procurava. Um convite desse gênero nos faz vir a ideia de um passeio a pé; mas, nesta terra em que a superfície do solo se apresenta inundada, as comunicações entre dois pontos se fazem quase sempre por água. Tomamos, pois, uma montaria, e, depois de termos percorrido durante algum tempo a margem, penetramos no meio da floresta e por ela fomos navegando. As águas estavam calmas e unidas como um espelho; as árvores se elevavam acima delas e os grandes galhos vinham nela mergulhar as suas pontas; descrevíamos inúmeras sinuosidades em torno dos troncos, afastando os ramos, esgueirando-nos pelos bosques; cada folha se refletia n’água nitidamente, e a floresta e o rio se confundiam por tal forma que seria difícil dizer onde uma acabava e a outra principiava. A sombra e o silêncio tão completamente nos envolviam que o leve ruído dos pangaios como que perturbavam essa calma profunda; ao cabo de meia hora, chegamos a terra firme e desembarcamos, levando os canoeiros conosco; e então a floresta ressoou com as machadadas e as palmeiras caíram com fragor. Regressamos, com as canoas carregadas até em cima de palmeiras e duma variedade infinita de plantas novas para nós.