Viagem ao Brasil, 1865-1866

juncos e os caniços dos nossos pantanais; talvez seja o caso da jacitara (Desmonchus), cujo caule tenro e sarmentoso torna incerta a observação. A disposição em cinco filas é comum a todas as palmeiras que, quando novas, ostentam acima do solo um tufo de cinco folhas em pleno desenvolvimento, no centro das quais há uma sexta fornalha em ponta de lança. Quando essas árvores estão completamente crescidas, apresentam comumente um capitel formado de dez, quinze, ou mesmo mais folhas, divididas por séries de cinco superpostas, mas por tal forma cerradas, comprimidas, que o conjunto se mostra como uma cabeça globulosa. Às vezes, entretanto, esse capitel é mais aberto; é o que se dá com a inajá (Maximiliana regia), por exemplo, cujo tronco não é muito elevado e cujas folhas, sempre em ciclos de cinco, se afastam um pouco formando como que uma urna aberta apoiada no alto duma coluna ereta. A açaí (Euterpe edulis) tem suas folhas agrupadas de oito em oito e formando um só ciclo; pode-se nela contar apenas sete se a primeira do ciclo primitivo cai antes que a nona, que inicia o segundo ciclo, esteja aberta, e também nove, se a primeira folha do ciclo novo, a nona na ordem, se abre antes da queda da que começou o ciclo inicial. Essas folhas de um verde pálido e delicado, são cortadas em milhares de folíolos que tremem ao menor sopro da brisa e indicam que a atmosfera está agitada mesmo quando parece estar mais tranquila. Não há talvez, na natureza, exemplo mais elegante e gracioso do que este do grupo representado em filotaxia pelo símbolo 3/8. O coqueiro comum tem suas folhas dispostas segundo o simbolo 5/13; mas, embora a sua coroa se componha de vários ciclos de folhas, não forma uma cabeça compacta, pois que as folhas mais antigas ficam molemente caídas, ao passo que as mais novas são retas e tesas. A pupunha (Guilielma) ou palmeira dos pêssegos, tem por expressão filotáxica 8/21, e, nela todas as folhas descrevem curvas uniformes que se combinam numa abóbada verde-escuro