do mais admirável efeito, devido à sua rica coloração; quando o pesado cacho de frutos, de tons quentes e rubros, pende dessa abóbada escura, a palmeira apresenta uma extraordinária beleza. Como as folhas são mais espaçadas nas plantas novas do que nas adultas, o aspecto dessa palmeira varia conforme as fases do seu crescimento; quando o caule ainda não está muito grosso, elas se superpõem com intervalos maiores, e quando ele cresce, elas são menos aglomeradas. Essa mesma disposição se repete em javari e tucuma (Astrocaryum), mas, nessas espécies, as folhas, mais cerradas, se conservam duras e rígidas como na ponta duma vassoura. Em mucajá (Acrocomia), as folhas se dispõem segundo o símbolo 13/34.
Assim, na base de um só e mesmo princípio de evolução, introduz-se nas plantas duma mesma ordem uma infinita variedade, através de ligeiras diferenças na distribuição e constituição das folhas. Nas Musáceas ou Citamíneas (bananeiras), outra ordem da mesma classe de plantas, uma diversidade igualmente notável resulta do emprego dos mesmos meios, isto é das fracas modificações duma lei fundamental. Que há de mais diferente na aparência que a bananeira comum (Musa paradisíaca), com suas grandes folhas simples largamente espaçadas em torno da haste, tão graciosas e livres em seus movimentos, e a bananeira de Madagascar (Revenala madagascariensis), comumente chamada “árvore dos viajantes"? Como a bacaba do Pará, ela tem folhas alternas regularmente colocadas nos lados opostos do caule e tão estreitamente cerradas umas contra as outras que formam um imenso leque aberto, de cada lado duma haste colossal. Em todas as plantas, a disposição das folhas obedece à mesma lei, e cada qual delas a exprime de uma forma distinta; esse agrupamento matemático das fo-lhas se mostra compatível, portanto, com uma grande variedade de estruturas essencialmente diferentes. Entretanto, ainda que a lei filotáxica impere sobre todas as plantas