área. Nada de parecido se dá aqui; há a mais surpreendente diversidade na combinação das plantas, e é muito raro se ver uma dada extensão de terras ocupada exclusivamente por uma única espécie de árvores. Grande número das que formam essas florestas são desconhecidas ainda da ciência, mas, não obstante isso, os índios, esses botânicos e zoólogos práticos, têm um conhecimento perfeito, não apenas de suas formas exteriores, mas também de suas diferentes propriedades. Um conhecimento empírico como esse, dos objetos naturais que os rodeiam, -vai tão longe entre eles que reunir e coordenar as noções esparsas nas diversas localidades desta região seria, não há duvida, contribuir grandemente para o progresso das ciências. Cumpriria, por assim dizer, escrever uma enciclopédia das florestas ditadas pelas tribos que as povoam. Seria, na minha opinião, uma excelente maneira de colecionar, ir-se de aldeia em aldeia, mandando os índios colherem as plantas que conhecem, secá-las, pôr-lhes etiquetas de acordo com os nomes vulgares do lugar, e inscrever nelas, ao lado de seus caracteres botânicos, tudo o que se pudesse obter em matéria de indicações relativas às suas propriedades medicinais ou de outra qualquer espécie. O exame crítico de tais herbários permitiria, mais tarde, corrigir os dados obtidos, mormente se a pessoa encarregada de recolher o material tiver conhecimentos botânicos que lhe permitam completar as coleções feitas pelos índios e de a elas acrescentar tudo o que é exigido numa descrição sistemática. Os espécimes, de resto, não deveriam ser escolhidos como o tem sido até agora, sem outro cuidado que não seja o relativo às partes absolutamente úteis a determinação das espécies. Para ser completa, uma coleção deve conter a madeira, a casca e os frutos não dessecados, porém conservados em álcool. A abundância e a variedade dos tipos no Vale do Amazonas enchem de assombro o viajante. Quem não esperaria ouvir o ranger precipitado da serra mecânica onde se encontram reunidas as