Viagem ao Brasil, 1865-1866

mais abundantemente. As pequenas plantas delicadas do mês de setembro, de haste reduzida, que se escondem por baixo da relva como as nossas violetas e anêmonas, foram substituídas por flores grandes, cobrindo as árvores, e, como as plantas exóticas dos nossos apartamentos, ostentando cores vivas e possuindo um violento perfume. São realmente essas plantas de nossas estufas que lembram de mais perto a flora das florestas amazônicas; quando, mesmo das profundezas da mata, uma aragem fresca carregada de perfume e umidade chega até nós, é como se uma baforada de ar se escapasse pela porta de um nosso jardim de inverno.



Chegada a Vila Bela. De novo em casa do pescador Maia

17 de janeiro — Chegamos à Vila Bela ontem às oito horas da manhã; levamos algumas horas para tomar certas providências e continuamos o nosso caminho até a foz do Rio Ramos, a uma hora da cidade. Foi este mesmo rio que subimos, desde a sua junção superior com o Amazonas, por ocasião da nossa rápida viagem a Maués. Deitamos âncora a pouca distância da barra, diante da casa de um nosso velho conhecido, o pescador Maia. Talvez se esteja lembrado de que aí foi que passamos os poucos dias consagrados às primeiras coleções feitas no local e suas cercanias. Felizmente, quando estávamos em Manaus, aí também se encontrava Maia, servindo na guarda nacional. O Presidente consentiu em dar-lhe licença para nos acompanhar, o que permitiu que Agassiz aproveitasse a sua habilidade em pescar e seu conhecimento do local. Ele, por sua vez, não deixou de se mostrar satisfeito em visitar a sua família, e para esta foi uma agradável surpresa a chegada do seu chefe. Descemos em terra esta manhã para visitar essa