Viagem ao Brasil, 1865-1866

suas ramificações se espalham em todas as direções, as dobras uma a uma se despregam para ocupar o espaço que se vai alargando, a folha alcança finalmente o nível da água e se apóia sobre a sua superfície, lisa, sem nenhuma prega. Agassiz fez tirar do fundo d’água várias folhas já crescidas (coisa pouco cômoda por causa dos espinhos), e achou entre as raízes os novos gomos, em forma de pequenas campainhas brancas, só tendo meia polegada de altura. Havia no lago uma outra planta do mesmo gênero em pleno desenvolvimento. Era quase uma anã ao lado da vitória, mas teria sido um gigante entre as nossas plantas aquáticas. A folha media mais de um pé de diâmetro e era ligeiramente festonada nos bordos; não havia flores abertas, mas os botões lembravam os do nosso nenúfar branco e não eram maiores do que estes; o pecíolo e as nervuras, diferentemente dos da vitória, eram bastante lisos, sem espinhos. Depois de visitarmos essas plantas, demos várias voltas em torno das margens inundadas do lago, no meio de árvores imensas, a fim de que os canoeiros pudessem abater algumas palmeiras novas para nós. Enquanto os esperávamos à sombra, dentro da canoa, tivemos ocasião de admirar a beleza e variedade dos insetos, entre outros as grandes borboletas azuis (Morphos) e as brilhantes libélulas de corpo carmesim e asas castanho avermelhadas cujos reflexos metálicos brilham ao sol (151)Nota do Autor.