Viagem ao Brasil, 1865-1866

em várias famílias e parece ser positivamente um dos traços característicos das árvores da região. Às vezes mesmo, esses arcos de sustentação se destacam parcialmente da árvore e a ela só se soldam no ponto de saída, de forma tal que se diriam suportes distintos escorando o peso da árvore. Copio a seguir algumas notas de Agassiz relativas à vegetação do Amazonas, onde a sumaumeira vem tratada.



Nota sobre a vegetação do Amazonas

Quando um homem do norte chega aos trópicos, por menor que seja o seu hábito de observar a vegetação que o rodeia, e mesmo sem ter feito estudos especiais de botânica, está sempre em condições de reparar as diferenças e semelhanças que existem entre as plantas da zona temperada e as da zona tropical. Basta-lhe conhecer, por exemplo, a alfarrobeira (robinia), o grande lotus arborescente, ou qualquer outra leguminosa lenhosa, para poder distinguir os numerosos representantes dessa família que forma parte tão considerável da vegetação equatorial. Mesmo que ele não tivesse visto nunca uma mimosa nos jardins ou nas estufas, as folhas delicadas e sensíveis das árvores desse grupo vegetal far-lhe-iam reconhecê-las; não deixaria de ficar admirado do número infinito de combinações e de formas a que se prestam as suas folhas penadas que, conforme a espécie, tomam as mais diversas disposições e se revestem de todas as cambiantes do verde; não admiraria menos a variedade de suas vagens e de seus grãos. Há, porém, outros grupos vegetais com que estamos igualmente familiarizados e cujos representantes tropicais não farão sobre nós o efeito de ve-lhos conhecidos. É o caso da árvore do cautchú que per-tence à mesma família que as eufórbias ou plantas de látex, que se encontram por toda a parte entre nós, no meio das