margens opostas do Amazonas como também nas de seus tributários, tanto quanto o pudemos observar. Já tive ocasião de dizer que ela repousa sobre camadas de arenito. Realmente, mas com uma exceção. Em todos os pontos em que os depósitos de arenito conservaram a sua espessura primitiva, como por exemplo nas colinas de Monte Alegre e de Almeirim, não se observa mais a argila avermelhada nos seus cumes, mas tão somente nas depressões e nos barrancos ou então apoiada nos pendores das colinas.
Conclusões a tirar das condições atuais dos depósitos
Tais fatos demonstram não somente que a argila é posterior ao arenito, como também que ela se acumulou em uma bacia pouco profunda e nunca atingiu, portanto, um nível tão elevado. Os blocos de Ererê não estão, pois, alcandorados na serra, mas sim mergulhados na massa argilosa não estratificada. É um fato que importa relembrar, porquanto se verá adiante que tal situação marca-lhes uma data menos antiga que a das próprias montanhas. A discordância entre a argila com ocra e o grés subjacente faz surgir a ideia de que essas duas formações pertencem a dois períodos geológicos distintos e não são devidas às mesmas ações que se produzem em tempos consecutivos. Um traço, entretanto, faz descobrir certa conexão entre as duas: a argila apresenta em sua configuração uma notável identidade com o arenito sobre que se apóia. Um exame demorado das relações mútuas entre elas faz ver que ambas foram depositadas pelo mesmo sistema de águas, na mesma bacia, porém a níveis diferentes. Em certos pontos, a formação argilosa apresenta uma coloração tão pálida e acinzentada que se poderia confundir com os depósitos de lodo do rio. Mas estes não se elevam nunca à altura da argila vermelha e não excedem o nível das enchentes e vazantes. As ilhas, igualmente, no grande leito, se compõem invariavelmente do lodo do rio, ao passo que, as que são resultantes da interseção