a vegetação cuja riqueza nos maravilhara por ocasião de nossa primeira estadia no Rio. Ela diminuiu aos nossos olhos confrontada, com o desenvolvimento muito mais luxuriante das florestas do norte.
Ontem foi o aniversário de Agassiz. Sua comemoração se fez da maneira mais alegre e encantadora, graças às cordiais provas de afeto e simpatia que recebeu de seus amigos e compatriotas. Tivemos à noite a surpresa de uma marche aux flambeaux, organizada em sua honra pelos alemães e suíços residentes no Rio de Janeiro. A festa terminou por uma serenata, sob as nossas janelas, dada pelos sócios do "Clube Germânia".
4 de junho. — Quando, no ano passado, chegamos ao Rio, Agassiz estava tão ocupado em traçar os planos de suas expedições que não teve tempo de visitar as escolas da cidade, os estabelecimentos de caridade e outras instituições análogas. Não quis deixar o Rio sem conhecer um pouco os estabelecimentos públicos desta grande capital, e o nosso grande empenho, presentemente, é ver tudo o que há para se ver.
Hospital da Misericórdia
Esta manhã visitamos o Hospital da Misericórdia. Talvez consiga dar uma melhor ideia dessa instituição e de suas condições atuais dizendo o que fora antes. Há quarenta anos, existia no Rio um hospital chamado a "Misericórdia"; compunha-se de algumas salas baixas a que iam ter escadas estreitas e íngremes, de degraus escuros e difíceis de subir. No dizer dos médicos, que eram nessa época estudantes, a organização interna era tão miserável quanto o aspecto geral; o assoalho era úmido e cheio de pó, os leitos lastimáveis, as roupas mal asseadas e a ausência de qualquer sistema de arejamento se fazia tanto mais sentir quanto a falta de cuidados