Viagem ao Brasil, 1865-1866

Arsenal de Marinha

Um dos mais notáveis estabelecimentos públicos do Rio é o Arsenal de Marinha. Do Golfo do México ao Cabo Horn, o Rio de Janeiro é o único porto em que se pode reparar um navio de guerra ou mesmo um navio mercante de tonelagem um tanto considerável. Escavou-se no granito uma doca seca aonde dão entrada grandes navios; as forjas, fundições, serrarias, dirigidas por hábeis engenheiros, possuem todos os aperfeiçoamentos que fazem a importância de um estabelecimento desse gênero. Um número considerável de navios têm sido construído nestes estaleiros, de alguns anos para cá e todos os serviços anexos foram continuamente melhorados por todos os ministros que sucederam. Isto constituía realmente para o Brasil objeto de primeira necessidade. Um país que possui 1.100 léguas de costas não pode depender do estrangeiro quanto à sua marinha. Das oficinas e estaleiros do Arsenal do Rio, saíram e ainda saem engenheiros preparadíssimos e excelentes operários, que vão levar para os diferentes ramos da indústria particular a habilidade que adquiriram nos serviços públicos. É uma espécie de escola de artes mecânicas que fornece ao país bons operários para um dado número de profissões.



Conferência no Colégio Pedro II. Aspecto do auditório

Agassiz concluiu esta semana uma nova série de conferências no Colégio D. Pedro II sobre a "formação do Vale do Amazonas e seus produtos". A presença de senhoras a essas sessões científicas não provoca mais comentários; havia-as em muito maior número do que nas primeiras conferências, onde a presença delas constituía uma novidade. Nada tão simpático como um auditório brasileiro; nisso o público deste país se assemelha