Viagem ao Brasil, 1865-1866

e as montanhas numa estranha confusão, ao passo que, bem embaixo, até alcançar o mar, a planície se estendia, ondulada como um oceano sem fim, por vagas encapeladas de um verde cheio de beleza. A calma e o silêncio tornavam a cena ainda mais emocionante e eram interrompidos apenas pelo pisar dos animais que, em tropas, desciam de vez em quando com marcha cautelosa a estrada de pedra. De repente, porém, a minha atenção foi desviada pela passagem de uma liteira carregada entre dois burros: é um meio de transporte que vai desaparecendo aos poucos com os aperfeiçoamentos das vias de comunicação; todavia ainda está em uso para as mulheres e crianças em algumas localidades.

No meio do caminho, fizemos alta numa pequena “venda” para almoçar; os blocos de montanha, neste ponto da serra são particularmente notáveis pelas suas massas e suas estranhas posições. Finalmente, entre duas e três horas, atingimos a planície, e, presentemente nos achamos sentados sob o alpendre de um albergue, enquanto uma forte chuva sobrevinda felizmente depois que já nos achávamos abrigados, enche o pequeno córrego vizinho, já quase transformado numa rápida torrente. Junto a esta narrativa, algumas observações feitas por Agassiz durante a nossa rápida excursão, sobre a estrutura geológica dessas montanhas.



Geologia

A cadeia é constituída por uma dobra, em ângulo muito agudo, de camadas que se ergueram quase verticalmente em certos pontos e em outros, com declive mais ou menos abrupto, porém, sempre muito brusco. Quando se está sobre a pequena elevação, a leste de Teresópolis, a cadeia se apresenta em toda a sua extensão e sensivelmente as camadas de rochas metamórficas que a compõem, ocupam aproximadamente o seu centro. Ao norte, se