Viagem ao Brasil, 1865-1866

dentre as demais do país. Posso, entretanto, dar testemunho da sólida instrução e da cultura liberal de alguns homens por ela formados que tive a fortuna de conhecer. O seu caráter como homem, tanto quanto o seu saber, atestavam a superioridade da educação que haviam recebido no seio da alma mater. Disseram-me que as melhores escolas, depois da de São Paulo, eram as da Bahia e Olinda. Não as visitei; faltou-me tempo para tanto; mas inclino-me a pensar que a existência de Faculdades profissionais nessas duas cidades tende a realçar o caráter dos graus inferiores da educação. As faculdades regulares compreendem apenas a medicina e o direito; em ambas o ensino se faz com seriedade ainda que um tanto estreitamente. Pelo menos acho que nas Faculdades da primeira espécie, que os meus próprios estudos permitem julgar, os ramos acessórios, que são, antes de tudo, a base duma educação médica superior, são desprezados ou insuficientemente ensinados. Não se dá, nas Escolas de Medicina, a importância devida à zoologia, à anatomia comparada, botânica, física e química; o seu ensino é dado pelos livros em vez de ser dado pelos fatos. Aliás, enquanto existir o preconceito contra o trabalho manual no Brasil, o ensino prático se fará mal ; enquanto aqueles que estudam a natureza acharem que não vai bem a um gentleman carregar em suas mãos os seus espécimes ou o seu martelo de géologo, fazer por si mesmo as suas preparações, não passarão de amadores em matéria de pesquisas científicas; poderão conhecer admiravelmente os fatos referidos