Viagem ao Brasil, 1865-1866

rio e de seus tributários, estão decadentes e caindo em ruínas. É, sem contestação possível, o resultado da centralização no Pará de toda a atividade real da região.



Emigração

Enquanto não se fizer mais densa a sua população, todos os esforços que o Brasil realiza para a sua prosperidade só darão um resultado lento e pouco eficaz. Não se deve, pois, estranhar que, logo após a declaração da independência, D. Pedro I houvesse ensaiado atrair a emigração alemã para o seu novel Império. É desse período da história brasileira que data a Colônia de São Leopoldo, próxima de Porto Alegre, na Província do Rio Grande do Sul. Todavia, só foi depois do ano de 1850, após a abolição efetiva do tráfico dos negros e quando se tornou impossível importar mais braços da África, que os ensaios de colonização foram seriamente empreendidos com certa energia. Para tal tentativa, porém, o governo e os plantadores perseguiam objetivos muito diversos. O primeiro desejava, com a mais completa boa fé, criar uma população de trabalhadores e uma classe de pequenos proprietários. Os fazendeiros, pelo contrário, acostumados a explorar o trabalho servil e forçado, só pensavam em completar as suas empresas substituindo os africanos pelos europeus. Daí resultaram terríveis abusos; sob o pretexto de adiantamentos feitos para pagamento de passagem, os pobres emigrantes, principalmente os portugueses ignorantes dos Açores, tornavam-se virtualmente propriedade dos fazendeiros, em virtude dum contrato que lhes era impossível romper mais tarde. Esses abusos lançaram o descrédito sobre as tentativas feitas pelo governo para colonizar o interior; essas iniquidades praticadas sob pretexto de imigração não se podem mais repetir, porém; com