Viagem ao Brasil, 1865-1866

à corrente, do litoral ao seu limite oriental, em intervalos de cerca de cem milhas (160 km). Observou-se primeiro a superfície, depois as profundidades cada vez maiores, variando de 10 a 20, 30, 100, 200 e mesmo 300 e 400 braças (18, 36, 44, 182, 365, 448 e 731 metros). Este exame fez ver que o Gulf Stream tem uma temperatura superior à das águas que o ladeiam a leste e oeste, e que ele é, no seu interior, ora mais frio, ora mais quente, tal qual como se fosse constituído por uma sucessão de camadas distintas, tendo cada qual a sua temperatura própria. Essas alternâncias se continuam em todas as profundidades observadas e se manifestam até onde se pôde alcançar o fundo do mar. O que há de mais surpreendente nesses resultados é a variação brusca que se opera ao longo das linhas de contato; a separação é tão nítida que o limite da corrente ártica se designa de ora em diante por essa expressão técnica: a "parede fria" (cold wall) do Gulf Stream. Necessariamente, como este corre para norte e para leste, vai se alargando aos poucos e a sua temperatura gradativamente baixando mas, mesmo num ponto tão setentrional como nas alturas de Sandy Hook, a diferença entre o grau de calor da superfície e a temperatura das águas limítrofes é ainda muito marcada.

Nas alturas do Cabo Flórida, a largura do Gulf Stream não excede de 40 milhas (64 km); nas de Charleston, é de 150 milhas (241 km) e em Sandy Hook passa além de 300 milhas (480 km).

Pode-se fazer uma ideia das desigualdades do fundo pelo resultado das sondagens feitas ao Largo Charleston, desde o litoral até uma distância de 200 milhas. Eis as profundidades sucessivas:

10, 25, 100, 250, 300, 600, 350, 450, 475, 450, 400 braças.

Os valores seguintes podem dar uma ideia da temperatura em relação à profundidade: