Viagem ao Brasil, 1865-1866

mas não foi igualmente feliz na exploração das cavernas, pois já haviam sido quase completamente despojadas de seu conteúdo pelo Dr. Lund, 195Nota do Autor cujas pesquisas ativas e perseverantes sobre o assunto são bastante conhecidas. O Sr. Sceva fez, entretanto, preciosas coleções de outra natureza, e devo-lhe numerosos espécimes de mamíferos do Brasil cuidadosamente preparados, que serão, mais tarde, montados no Museu de Cambridge. Deixando Lagoa Santa, o Sr. Sceva voltou ao Rio levando consigo as suas coleções; passou aí alguns dias e pôs em ordem não somente os objetos que colecionara como também todos aqueles que foram enviados ao Rio por outros membros da expedição; foi em seguida a Cantagalo e empregou o seu tempo reunindo e preparando exemplares dessa localidade; finalmente se reuniu ao nosso grupo no Rio de Janeiro quando, de volta à Capital, aprontava-me para partir para os Estados Unidos. A parte de nossas coleções que lhe devemos é das mais preciosas, tanto pelas localidades de que provém como do esmero com que foram preparados os exemplares que a constituem.

O Sr. Ward deixou os seus companheiros em Barbacena, dirigindo-se para o Tocantins por Ouro Preto e Diamantina. Para não interromper a narrativa do que se deu com a pequena turma que deixou o Rio conjun-tamente, passo a resumir rapidamente a história da viagem do Sr. Ward, antes de indicar a rota seguida pelos Srs. Allen e Saint-John. Saindo do Vale do Pa-raíba, e depois de transpor a Serra da Mantiqueira, a turma se achou na Bacia do Rio Grande, um dos altos tributários do Paraná, rio que se lança no Prata e atinge o oceano pouco abaixo de Buenos Aires. A leste dessa bacia, na vertente oriental da grande barreira que fecha o Vale do São Francisco, vários grandes rios têm a