Viagem ao Brasil, 1865-1866

deixaram de constituir uma só no que concerne ao plano e aos objetivos. Sob esse ponto de vista, a exploração levada a cabo por mim e as que foram realizadas pelos meus auxiliares formam um todo cujas partes perfeitamente se ligam.

A turma dirigida pelo Sr. Orestes Saint-John partiu do Rio de Janeiro a 9 de junho de 1865. Compunha-se dos Srs. Saint-John, Alen, Ward e Sceva. Os dois primeiros deviam atingir o litoral do Atlântico pelo Vale do São Francisco e do Paranaíba; o Sr. Sceva devia estacionar por algum tempo nas cercanias da Lagoa Santa, ricas em fósseis, para aí colecionar. Até Juiz de Fora seguiram a estrada descrita nos primeiros capítulos deste livro; daí atravessaram a Serra da Mantiqueira, atingiram Barbacena, passaram por Lagoa Dourada e por Prados e atravessaram o Rio Carandaí, dirigindo-se para o ponto em que se dividem os primeiros afluentes do Rio Grande, que corre para o sul, e os do Rio Paraopeba, que vai para o norte. Atravessaram o Paraopeba nas alturas das Serras da Piedade e de Itatiaiaçu; em seguida transpuseram a primeira dessas duas cadeias de montanhas no vale acidentado onde se acha situada a aldeia de Morro Velho. Passaram assim sucessivamente da Bacia do Paraíba do Sul para a do Prata (Rio Paraná) e desta última para a do São Francisco: todos esses grandes rios não passam então de pequenos riachos que nascem nessas regiões. Deixando os distritos montanhosos, continuaram a sua rota através de uma longa série de campos e florestas, que se sucedem até Gequitiba, passando por Saburá (sic) Santa Luzia, Lagoa Santa e Sete Lagoas.

Em Lagoa Santa, como havia sido combinado, o Sr. Sceva se separou de seus amigos com o duplo propósito de ir explorar as cavernas que contêm fósseis e preparar esqueletos de mamíferos. Demorou-se algum tempo aí, trazendo um certo número de exemplares;